segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Conversando sobre composição enquanto eles pululam na chuva

(UEL-CECA - 19/09/2012)

Por que um grupo de indivíduos sairia de seu lugar de conforto (ou desconforto..?) e correria para pular na chuva e gritar e dançar e? Desde quando os seres humanos realizam este tipo de ritual? Desde qual idade aprendemos que fazer isso é um prazer? E o que isso tudo tem a ver com composição musical?

Bom, tudo começou numa manhã de quarta-feira, num prédio de música, num grupo de pesquisa, numa conversa sobre análise e composição musical. Não chovia há pelo menos uns trezil mesis, e a secura era do tamanho dum canon...

A profa. F.S. estava lendo uma epígrafe de um artigo de Silvio Gallo, sobre o ato de criação de Tom Zé, no livro sobre o ofício do compositor hoje organizado por Livio Tragtenberg, que dizia o seguinte: "você já parou pra pensar que você nunca parou pra pensar que pensar é fazer música? pensar é fazer música!", de Paulinho Moska.

De repente o vento começa a balançar mais forte os galhos das árvores lá fora, e começa a escurecer (Beethoven??). Finalmente, vem a tão aguardada chuva!! Que alívio... mas que gritaria é esssa lá fora??
Vamos todos pra janela e, claro, nestes tempos modernos um iphone salta dos bolsos para a captura da dança da chuva.

Olho a foto e, para  minha surpresa, uma genuína foto bressoniana... que captura sortuda!! Ao olhar mais de perto os detalhes, mais outra surpresa: uma genuína figura baconiana... um corpo se decompondo no ar junto com a chuva.

Vou para casa, e para minha terceira surpresa, fico sabendo que na mesma hora da chuva minha filinha de 1 ano e 7 meses saiu correndo e começou a pular e gritar na chuva, pela primeira vez!!! Mas ela nunca tinha feito isso antes, como sabia que devia ter feito isso?!??

Pois é... coisas que dão o que pensar... imagina quanta música acabei de fazer nestes pensamentos?? Nunca parou pra pensar nisso não????


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